Quando eu tinha oito anos, minha maior vontade era ser santa. Eu estudava em colégio de freiras, rezava demais, vivia na capela. Sabia de cor a vida das santas. Eu ouvia a história de Santa Margarida, que bebia água dos leprosos, e ficava impressionadíssima. Vomitava todas as vezes que as freiras falavam disso. Elas diziam: “Não é para vomitar!” Eu queria demais ser santa.Hilda Hilst – Cadernos de Literatura Brasileira, n. 8, p. 30, 1999



Fazendo um balanço de minha experiência, verifico que o saldo contra a espécie humana é enorme. Razão para pessimismo? Não. Eu me obstino em acreditar no homem e na dignificação da vida. Talvez se possa dar a isso o nome de Fé. É uma idéia que me consola...



















