terça-feira, 29 de abril de 2008

Filhinha

Deus não é severo mais,
suas rugas, sua boca vincada
são marcas de expressão
de tanto sorrir para mim.
Me chama a audiências privadas,
me trata por Lucilinda,
só me proíbe coisas
visando o meu próprio bem.
Quando o passeio
é à borda de precipícios,
me dá sua mão enorme.
Eu não sou órfã mais não.

Adélia Prado in Poesia Reunida

2 comentários:

  1. Que lindo poema, este de Adélia Prado. Poeta que começou a publicar aos 40 anos de idade...
    Adorei teu blog que exala poesia!
    Pri Almeida

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  2. Oi, Pri!
    Adélia é doçura e encanto!

    E você é muito bem-vinda por aqui!

    ResponderExcluir

Como num sarau, quem chega vai sentando entre almofadas, sofás e banquinhos. Traz seu violão ou um petisco, declama a sua poesia, lê seu texto, ouve, e fala.
Vai, então. Agora é a tua vez...

 
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